04 outubro 2007

De volta á actividade!!

Meus queridos leitores, nao desesperem mais...
Voltei depois de quase 3 meses de ausência...
Trabalho novo, vida nova... Vida nova para pensar... "eu sei lá bem..."
Esperem que o gajo vai voltar, a pouco e pouco mas vai voltar...
Até lá fiquem com o senhor Leonard Cohen e a sua versão do futuro.


"The Future"


Give me back my broken night
my mirrored room,
my secret life
it's lonely here,
there's no one left to torture

Give me absolute control
over every living soul
And lie beside me, baby, that's an order!

Give me crack and anal sex
Take the only tree that's left and stuff it up the hole in your culture
Give me back the Berlin wall give me Stalin and St Paul I've seen the future, brother:
it is murder.

Things are going to slide, slide in all directions
Won't be nothing
Nothing you can measure anymore
The blizzard, the blizzard of the world has crossed the threshold and it has overturned the order of the soul

When theysaid REPENT REPENT
I wonder what they meant
When they said REPENT REPENT
I wonder what they meant
When they said REPENT REPENT
I wonder what they meant

You don't know me from the wind you never will, you never did
I'm the little jew who wrote the Bible

I've seen the nations rise and fall
I've heard their stories, heard them all but love's the only engine of survival

Your servant here, he has been told to say it clear, to say it cold:
It's over, it ain't going any further

And now the wheels of heaven stop you feel the devil's riding crop

Get ready for the future:
it is murder

Things are going to slide ...
There'll be the breaking of the ancient western code
Your private life will suddenly explode
There'll be phantoms
There'll be fires on the road and the white man dancing

You'll see a woman hanging upside down her features covered by her fallen gown and all the lousy little poets coming round tryin' to sound like Charlie Manson and the white man dancin'

Give me back the Berlin wall
Give me Stalin and St Paul
Give me Christ or give me Hiroshima
Destroy another fetus now
We don't like children anyhow
I've seen the future, baby:
it is murder

Things are going to slide ...

When they said REPENT REPENT ...

12 julho 2007

Algo curioso...

A mim passa-me algo que me parece curioso. E passa-se bastantes vezes...

Falo de estar a pensar em algo, de estar com algum tipo de disposição (normalmente má), e de repente, salta uma música para dentro da minha cabeça que me parece indicar o caminho para sair dessa situação ou desse pensamento.

É como que a banda sonora indicada para essa situação que me aparece sem avisar e me ajuda a ver um pouco melhor as coisas ao meu redor.

Não sei se o mesmo se passa com voçês ou se sou eu que estou a ficar louco...

E mais nada, só queria partilhar isto com alguém...

Porque partilhar é viver...

18 junho 2007

Hoje despertel frágil...

Põe-me o braço no ombro
Eu preciso de alguém
Dou-me com toda a gente
Não me dou a ninguém
Frágil
Sinto-me frágil
Faz-me um sinal qualquer
Se me vires falar demais
Eu às vezes embarco
Em conversas banais
Frágil
Sinto-me frágil
Frágil
Esta noite estou tão frágil
Frágil
Já nem consigo ser ágil
Está a saber-me mal
Este Whisky de malte
Adorava estar "in"
Mas estou-me a sentir "out"
Frágil
Sinto-me frágil
Acompanha-me a casa
Já não aguento mais
Deposita na cama
Os meus restos mortais
Frágil
Sinto-me frágil
Jorge Palma

04 junho 2007

FURIA DA BANANA

A pedido de várias famílias, (leia-se do António) decidi prendar-vos a vós, fiéis e ansiosos leitores, com mais um pouco do génio do meu escrever.
Qual bardo desta vida poética que é o meu quotidiano, (fodass que o gajo hoje tá inspirado), relatarei com notas subtis e agradáveis (descrição do último perfume da Ágata) um pouco daquilo que é o meu viver.

(depois um primeiro parágrafo candidato ao prémio Nobel, fui á cozinha comer uma banana e foi-se toda a inspiração).
Prometo que em breve a inspiração voltará (ou não).

Até lá despeço-me, com amizade! :)


PS: o título foi escrito depois do texto

19 maio 2007

Elogio ao amor

Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Quero fazer o elogio do amor puro.

Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.
Reunem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá, tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, banalidades, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem .

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

Miguel Esteves Cardoso


Esclarecidos...? Eu, um pouco como esse senhor, acho que o que se chama amor é o caminho que inconscientemente tomamos sem saber bem para onde vamos... Será isso? O fascinante do amor é que é impossível de classifica-lo, catalogar-lo, descrever-lo. Podemos tentar classificar as suas manifestações, os seus actos, mas o que está por detrás deles é sempre demasiado complexo para escrever numa folha de papel.
Acaba de me vir a cabeça o título de um livro já não sei bem de quem, intitulado "Vai aonde te leva o coração". Creio que esse é o único caminho para chegar ao amor. Eu diria, vai por donde te leve o coração mas sê inteligente e nunca te esqueças aonde queres chegar.
Esta frase poderá ser toda a antítese ao texto do Esteves Cardoso. Não quero saber. Eu sei mais ou menos onde quero chegar. Tenho objectivos na minha vida. Como qualquer outra pessoa diria que o meu objectivo principal é ser feliz. O que diferencia as pessoas é aquilo que necessitam para serem felizes. Cada um, dependendo de como vê o mundo, necessita de diferentes coisas. Procuramos essas diferentes coisas através de tudo na nossa vida, no trabalho, na relação com os outros, e principalmente no amor.
Eu penso que a felicidade mais que nos outros, no trabalho ou no amor está na nossa maneira de ser e de estar. A nossa maneira de ver a vida é que mais influi na nossa "felicidade".
Claro que tudo conta ao nosso redor mas, como diria o Jorge Palma, "o rio que nasce em mim" é que é o fulcro de tudo. Saber dominar essas águas e construir o seu leito são tarefas de uma vida.
Assim como a felicidade e o amor...


08 maio 2007

TOMARA...

Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais

Vinicius de Moraes


Como de uma maneira simples se podem dizer tantas coisas...

01 maio 2007

Pensamento do dia...


Não há cá pão pa'malucos!

Já não me lembro onde ouvi isto pela primeira vez mas sei que existem momentos no meu quotidiano que me fazem sentir que essas palavras tem algum sentido.

28 abril 2007

Orelhas no ar...



A mim sempre me gostaram os animais, principalmente os cães. São animais leais, bricalhões e muito "amigos". Ao lado de um dos meus cães, principalmente da Lucy ou da Branca, sinto-me ao lado de mais um amigo. Há gente que não entende isso. Mas também há gente que sim entende. Tenho amigos que compartilham desta minha visão. O dono do Ghandi sabe-o bem.
Enfim, tanta conversa para dizer que gosto desta foto tirada na terra do dono do Ghandi.
Se algum dia chegares a ler isto, um grande abraço!! Tenho saudades dos nossos tempos de universidade...

25 abril 2007

O dia em que tivemos mais esperança...











Faz hoje 33 anos que Portugal voltou a ter esperança!
Muitas vezes depois desse dia já a perdemos e voltámos a encontrar...
Essa é a história do meu país.
País do qual por vezes não me orgulho, mas no qual tenho esperança e que será sempre o meu...

"Câmara de ar"

Existe algo como uma câmara de ar nas relações entre as pessoas. Essa câmara de ar ou tolerância, chame-se-lhe o que quiser, é o que diferencia as relações que temos com cada uma das pessoas que nos rodeia.
Funciona de duas maneiras: por um lado é maior quanto maior é a amizade ou intimidade, que no fundo acaba por ser o mesmo, que nos une a essa pessoa. Um amigo de verdade diz-nos "vai-te foder" ou "deixa-te de merdas" e isso não nos ofende. Temos câmara de ar para ouvir coisas e aceitar comportamentos que, porque gostamos deles e sabemos que eles gostam de nós, não toleraríamos a outra qualquer pessoa que conhecemos só de "olá tudo bem".
O outro tipo de funcionamento da câmara de ar é aparentemente o oposto do primeiro. Quanto mais próxima nos é uma pessoa mais fácil é deixarmo-nos magoar por ela. Coisas que vindas de um "conhecido" não nos afectam minimamente, vindas de um amigo de verdade podem magoar-nos de uma maneira profunda. Exemplos disso são o esquecimento de um aniversário, um email não respondido, um telefonema prometido que nunca aconteceu. Como diria Tom Zé, tem de ser "bem de leve pra não perdoar".
Quanto mais penso sobre o tema mais sinto que as relações interpessoais são incrivelmente complexas, e ao mesmo tempo tão simples.
Sei quem são os meus amigos. Sei que eles também o sabem. Para eles tenho uma câmara de ar á prova de furo. A vida de hoje é mais rápida, mais efémera, mais propícia a esquecer os amigos que estão longe. Existem muitas coisas para fazer, muitas distracções, actividades, etc.
Contudo, como diziam os Queen, "Friends Will Be Friends". Que me perdoem os meus amigos a quem não escrevo regularmente, com quem não falo regularmente. Não tenho desculpa para isso... Só o conforto de saber que da próxima vez que falarmos será como se tivessem passado apenas 10 minutos. Quero que saibam que estejam em Beringel, Beja, Lisboa, Porto, Braga, Vizela, Ponta Delgada, Coimbra, Londres, Madrid, Barcelona, Tokio, Timor, Avignon, Vancouver, Cracóvia, Varkaaus... ou seja onde for, trago-vos sempre comigo.

23 abril 2007

Um pouco mais de Lenine


Quem me conhece sabe que eu gosto de fotografia. Isso quer dizer que é provável que vão aparecendo por aqui algumas fotos, minhas ou de outros. Esta é outra minha, do concerto de Lenine, que aqui fica acompanhada por outra letra de música, por sinal outra que que zoa pela minha cabeça de vez em quando.

LENINE
"Paciência"

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência

O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não)

Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não...a vida nãopara)

Concerto desconcertante


Este foi o último concerto a que fui!
Lenine, músico brasileiro que sempre me despertou curiosidade pelas suas letras elaboradas e ritmo contagiante! Ao vivo é ainda melhor! Melhor ainda quando se está numa sala pequena e assistimos ao concerto a cinco metros dos artistas! Melhor só mesmo tocar com eles.
Foi muito bom. Despertei nesse dia e pensei: "quero ir a este concerto". Convidei a minha companheira de aventuras e lá fomos esquecer-nos um pouco do mundo que nos rodeia...
Saímos de alma cheia e vontade de levar o mundo pela frente!
Esta foi das das músicas que eu não conhecia e desde essa noite rodopia na minha cabeça.

LENINE
"Na Pressão"

olho na pressão, tá fervendo
olho na panela
dinamite é o feijão cozinhando
dentro do molho dela

a bruxa acendeu o fogo
se cuida, rapaziada
tem mandinga de cabôco
mandando nessas parada
garrafada de serpente
despacho de cachoeira
quanto mais o fogo sobe
mais a panela cheira

olho na pressão, tá fervendo
olho na panela
dinamite é o feijão cozinhando
dentro do molho dela

a bruxa mexeu o caldo
se liga aí, ô galera
tá pingando na mistura
saliva da besta-fera
chacina no centro-oeste
e guerrilha na fronteira
emboscada na avenida
tiro e queda na ladeira
mas feitiço é bumerangue
perseguindo a feiticeira

22 abril 2007

Eu sei lá bem no que me estou a meter!

Hoje li o blog de um amigo e senti que existem coisas em mim que necessito expressar. Estar fora do meu país criou a necessidade de exprimir-me na minha língua. De maneira que decidi começar um blog. Já o tinha pensado várias vezes mas apenas hoje senti que isto de escrever um blog também podia ser para mim. Vou tentar fazer isso de uma maneira muito pessoal, na tentativa de conhecer um pouco melhor quem sou, reflectindo sobre o me rodeia e o que vai dentro de mim. Este será mais um escape, um diário de notas digital que um relato da minha quotidiana. Espero aprender alguma coisa com isto, que esta seja uma experiência agradável... Quem tiver paciência para isso que apareça quando queira. Eu vou estando por aqui...