12 julho 2007
Algo curioso...
Falo de estar a pensar em algo, de estar com algum tipo de disposição (normalmente má), e de repente, salta uma música para dentro da minha cabeça que me parece indicar o caminho para sair dessa situação ou desse pensamento.
É como que a banda sonora indicada para essa situação que me aparece sem avisar e me ajuda a ver um pouco melhor as coisas ao meu redor.
Não sei se o mesmo se passa com voçês ou se sou eu que estou a ficar louco...
E mais nada, só queria partilhar isto com alguém...
Porque partilhar é viver...
18 junho 2007
Hoje despertel frágil...
04 junho 2007
FURIA DA BANANA
Qual bardo desta vida poética que é o meu quotidiano, (fodass que o gajo hoje tá inspirado), relatarei com notas subtis e agradáveis (descrição do último perfume da Ágata) um pouco daquilo que é o meu viver.
(depois um primeiro parágrafo candidato ao prémio Nobel, fui á cozinha comer uma banana e foi-se toda a inspiração).
Prometo que em breve a inspiração voltará (ou não).
Até lá despeço-me, com amizade! :)
PS: o título foi escrito depois do texto
19 maio 2007
Elogio ao amor
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Quero fazer o elogio do amor puro.
Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.
Reunem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá, tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, banalidades, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem .
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
Miguel Esteves Cardoso
Esclarecidos...? Eu, um pouco como esse senhor, acho que o que se chama amor é o caminho que inconscientemente tomamos sem saber bem para onde vamos... Será isso? O fascinante do amor é que é impossível de classifica-lo, catalogar-lo, descrever-lo. Podemos tentar classificar as suas manifestações, os seus actos, mas o que está por detrás deles é sempre demasiado complexo para escrever numa folha de papel.
Acaba de me vir a cabeça o título de um livro já não sei bem de quem, intitulado "Vai aonde te leva o coração". Creio que esse é o único caminho para chegar ao amor. Eu diria, vai por donde te leve o coração mas sê inteligente e nunca te esqueças aonde queres chegar.
Esta frase poderá ser toda a antítese ao texto do Esteves Cardoso. Não quero saber. Eu sei mais ou menos onde quero chegar. Tenho objectivos na minha vida. Como qualquer outra pessoa diria que o meu objectivo principal é ser feliz. O que diferencia as pessoas é aquilo que necessitam para serem felizes. Cada um, dependendo de como vê o mundo, necessita de diferentes coisas. Procuramos essas diferentes coisas através de tudo na nossa vida, no trabalho, na relação com os outros, e principalmente no amor.
Eu penso que a felicidade mais que nos outros, no trabalho ou no amor está na nossa maneira de ser e de estar. A nossa maneira de ver a vida é que mais influi na nossa "felicidade".
Claro que tudo conta ao nosso redor mas, como diria o Jorge Palma, "o rio que nasce em mim" é que é o fulcro de tudo. Saber dominar essas águas e construir o seu leito são tarefas de uma vida.
Assim como a felicidade e o amor...
08 maio 2007
TOMARA...
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais
Vinicius de Moraes
Como de uma maneira simples se podem dizer tantas coisas...
01 maio 2007
Pensamento do dia...
28 abril 2007
Orelhas no ar...
A mim sempre me gostaram os animais, principalmente os cães. São animais leais, bricalhões e muito "amigos". Ao lado de um dos meus cães, principalmente da Lucy ou da Branca, sinto-me ao lado de mais um amigo. Há gente que não entende isso. Mas também há gente que sim entende. Tenho amigos que compartilham desta minha visão. O dono do Ghandi sabe-o bem.
Enfim, tanta conversa para dizer que gosto desta foto tirada na terra do dono do Ghandi.
Se algum dia chegares a ler isto, um grande abraço!! Tenho saudades dos nossos tempos de universidade...
25 abril 2007
O dia em que tivemos mais esperança...
"Câmara de ar"
Funciona de duas maneiras: por um lado é maior quanto maior é a amizade ou intimidade, que no fundo acaba por ser o mesmo, que nos une a essa pessoa. Um amigo de verdade diz-nos "vai-te foder" ou "deixa-te de merdas" e isso não nos ofende. Temos câmara de ar para ouvir coisas e aceitar comportamentos que, porque gostamos deles e sabemos que eles gostam de nós, não toleraríamos a outra qualquer pessoa que conhecemos só de "olá tudo bem".
O outro tipo de funcionamento da câmara de ar é aparentemente o oposto do primeiro. Quanto mais próxima nos é uma pessoa mais fácil é deixarmo-nos magoar por ela. Coisas que vindas de um "conhecido" não nos afectam minimamente, vindas de um amigo de verdade podem magoar-nos de uma maneira profunda. Exemplos disso são o esquecimento de um aniversário, um email não respondido, um telefonema prometido que nunca aconteceu. Como diria Tom Zé, tem de ser "bem de leve pra não perdoar".
Quanto mais penso sobre o tema mais sinto que as relações interpessoais são incrivelmente complexas, e ao mesmo tempo tão simples.
Sei quem são os meus amigos. Sei que eles também o sabem. Para eles tenho uma câmara de ar á prova de furo. A vida de hoje é mais rápida, mais efémera, mais propícia a esquecer os amigos que estão longe. Existem muitas coisas para fazer, muitas distracções, actividades, etc.
Contudo, como diziam os Queen, "Friends Will Be Friends". Que me perdoem os meus amigos a quem não escrevo regularmente, com quem não falo regularmente. Não tenho desculpa para isso... Só o conforto de saber que da próxima vez que falarmos será como se tivessem passado apenas 10 minutos. Quero que saibam que estejam em Beringel, Beja, Lisboa, Porto, Braga, Vizela, Ponta Delgada, Coimbra, Londres, Madrid, Barcelona, Tokio, Timor, Avignon, Vancouver, Cracóvia, Varkaaus... ou seja onde for, trago-vos sempre comigo.
23 abril 2007
Um pouco mais de Lenine

Quem me conhece sabe que eu gosto de fotografia. Isso quer dizer que é provável que vão aparecendo por aqui algumas fotos, minhas ou de outros. Esta é outra minha, do concerto de Lenine, que aqui fica acompanhada por outra letra de música, por sinal outra que que zoa pela minha cabeça de vez em quando.
LENINE
"Paciência"
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não)
Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não...a vida nãopara)